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Tocando Agora:

O PÃO DA VIDA

Cristo está mesmo presente na Eucaristia? Ou apenas “espiritualmente”? O pão e o vinho tornam-se de fato Corpo e Sangue do Senhor? Ou são apenas símbolos? Tire suas dúvidas.

O PÃO DA VIDA
O PÃO DA VIDA (Foto: Reprodução)

Desde a última ceia de Jesus com seus Apóstolos, - a Santa Ceia, - a Igreja nunca deixou de celebrar a Eucaristia, nem de crer na Presença Real do Cristo no Pão Consagrado pelo sacerdote. A Eucaristia é o centro da vida da Igreja (CIC §893); é por meio dela que participamos verdadeiramente do Corpo de Nosso Senhor e somos elevados à Comunhão com Ele.


Diz assim o Catecismo da Igreja Católica (CIC): A Eucaristia é «fonte e cume de toda a vida cristã»(146). «Os restantes sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e obras de apostolado, estão vinculados com a sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Com efeito, na santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, nossa Páscoa» (CIC §1324)


A palavra “hóstia” vem do latim e significa “vítima”. O cristianismo, ao entrar em contato com a cultura latina, agregou ao seu linguajar litúrgico o termo “hóstia” para referir-se àquEle que, por Amor, tornou-se a maior “Vítima” do pecado: Jesus. Com a palavra “hóstia”, portanto, a Igreja alude ao Cordeiro Imolado e Ressuscitado, presente no Memorial Eucarístico, isto é, a Santa Missa.


Assim, desde os primeiros tempos, os cristãos pregaram essa verdade fundamental da nossa fé, recebida dos Apóstolos: Jesus Cristo está verdadeiramente Presente no Pão e no Vinho Consagrados, em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, e não apenas simbolicamente.


Algumas “igrejas” bem mais recentes, porém, não creem que a Eucaristia contém essa Maravilhosa Presença, tratando-a como se fosse apenas um “símbolo” do Corpo de Cristo. Acham que Jesus é Pão da Vida apenas no sentido espiritual, e não aceitam a Presença Real do Senhor no Pão e no Vinho consagrados. Por desconhecerem o sentido da Bíblia Sagrada no contexto da Igreja que é a mãe dessa mesma Bíblia, - e talvez por falta de confiança no Poder Divino, que é maior do que a nossa capacidade de compreensão, - acabam por desperdiçar este incomparável Presente de Deus para a humanidade.


Para esclarecer de uma vez a questão, aqui apresentamos, de forma simples e direta, o que as Sagradas Escrituras claramente ensinam sobre a Presença Real de Nosso Senhor Jesus Cristo nas Espécies Consagradas do Pão e do Vinho, - a Divina Eucaristia, - centro e sustento da nossa fé. Vejamos:


“Eu sou o Pão Vivo que desceu do Céu. Quem comer deste Pão viverá eternamente. E o Pão que eu hei de dar é a minha Carne, para a salvação do mundo.” (Jo 6,51)


É Jesus quem fala, pessoalmente, e afirma categoricamente: Ele é o Pão Vivo, o Pão da Vida, Pão que vivifica e transforma. E o Senhor especifica que esse Pão descido dos Céus é a sua própria Carne, dada em Alimento para a salvação do mundo. Evidente que se o Pão é sua Carne, não se pode afirmar que Jesus é Pão apenas como “alimento espiritual”.

E diz mais o Senhor:

“Quem se alimenta da minha Carne e bebe do meu Sangue permanece em Mim, e Eu nele.” (Jo 6, 56-57)


Mais uma vez o Senhor declara, com todas as letras, que o Pão Consagrado é a sua Carne, e o Vinho é o seu Sangue: ao comungarmos Corpo e Sangue de Nosso Senhor, passamos a pertencer a Ele, e Ele passa a habitar em nós. Devemos, portanto, nos alimentar de seu Corpo e Sangue para termos esta santa Intimidade. Se ainda tivesse restado dúvida, porém, a afirmação seguinte dissipa qualquer treva:


“Pois a minha Carne é verdadeiramente comida e o meu Sangue é verdadeiramente bebida.” (Jo 6,55)


Assunto finalizado. Não há como ignorar a clareza e a ênfase destas palavras do Cristo: sua Carne e Sangue são verdadeiramente Alimento e Bebida. Ele jamais diz que sua Carne e Sangue estariam “simbolicamente” naquela comida e bebida; e Ele também não diz: “Estou espiritualmente nestes símbolos”.


A Carne e o Sangue de Cristo estão verdadeiramente presentes na Eucaristia, para a nossa salvação, e os cristãos fiéis são convidados a comungar deste Santo Sacramento. Este é o claríssimo ensinamento das Escrituras. Diante de afirmações tão diretas do próprio Jesus Cristo, como podem ainda existir confusões? Má vontade? Falta de fé no que realmente diz a Palavra de Deus? Mas essa negação não surpreende: assim como se questiona o Sacramento da Eucaristia hoje, também naquela época muitos judeus disseram:


“Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne?” (Jo 6,52). Eles não eram capazes de compreender tão sublime e mística Revelação: Jesus falava de forma literal, sem meias palavras, que daria seu Corpo em Alimento. Isso deixou os judeus escandalizados e incrédulos.


De fato, esta realidade é tão difícil de aceitar e tão impossível de entender pelo intelecto humano, que até alguns discípulos de Jesus disseram: “Dura é essa palavra! Quem pode escutá-la?” (Jo 6, 60). Não apenas os judeus, mas também os
mais próximos do Senhor eram incapazes de entender! Esta Revelação provocou tal impacto que, depois dela, “muitos discípulos voltaram atrás e não mais andavam com Ele” (Jo 6, 65-67). E assim continua acontecendo até hoje...


“É necessário que vos empenheis não para obter esse alimento perecível, mas o Alimento que permanece para a vida eterna, o qual o Filho do homem vos dará.” (Jo 6, 27)


Mais importante que o pão de cada dia, que sustenta o corpo, é a Eucaristia, o Alimento que sustenta a alma e permanece para a vida eterna. Se a Eucaristia fosse apenas um símbolo ou uma “lembrança” da Santa Ceia, como poderia ser “Alimento para a vida eterna”?


“Tomai e comei; isto é o meu Corpo...” (Mt 26, 26-28)


Que tipo de “cristão” desafiaria o Cristo e diria: “Senhor, estás enganado, isto não pode ser o teu Corpo!”?


Hoje, porém, muitos que se declaram “cristãos” fazem exatamente isso. Também é interessante observar que, se houvesse apenas vinho no Cálice da Santa Ceia, Jesus não diria: “Este Cálice é a Nova Aliança no meu Sangue” (Lucas 22, 20). – Um cálice com vinho comum é um cálice com vinho apenas, e não poderia ser a nova e definitiva Aliança entre Deus e os homens. Mas, se este Cálice contém realmente o Sangue do Senhor Jesus, então estamos literalmente diante da Nova e Eterna Aliança com Deus, através do Filho de Deus, Cordeiro Imolado pela salvação do mundo.


E como tudo isso não bastasse, o Apóstolo Paulo reafirma em sua carta aos coríntios:
“O Cálice que tomamos não é a Comunhão com o Sangue de Cristo? O Pão (...) não é a Comunhão com o Corpo de Cristo?” (I Cor 10,16)


Mais uma vez, não diz que o Cálice e o Pão “simbolizam”, que “representam” ou que são uma “recordação” do Sangue e do Corpo; a Escritura afirma com convicção: o Cálice e o Pão são Corpo e Sangue para a Sagrada Comunhão com o Senhor Jesus Cristo. Em sua última ceia, Cristo cumpriu a Promessa: verdadeiramente instituiu a Eucaristia, seu Corpo e Sangue, como Alimento para as almas sedentas.


E assim, concluímos este estudo com mais uma mensagem incisiva da Bíblia Sagrada:
“Cada um se examine antes de comer desse Pão e beber desse Cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo do Senhor, come e bebe a própria condenação.” (I Cor 11,28-30)


Para participar da Eucaristia, comer e beber do Banquete do Altar, é preciso discerni-lo, isto é, saber que o Pão e o Vinho são realmente Corpo e Sangue do Senhor. Poderia a Palavra de Deus ser mais clara e mais direta do que isto?


Eis aí a pregação apostólica. Eis a Palavra de Deus, contida na Bíblia Sagrada. Eis aí a Doutrina católica e apostólica, que vem sendo guardada pela verdadeira Igreja de Cristo desde os tempos dos Apóstolos. Quem tiver entendimento para entender, entenda.

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Revista O fiel Católico, nº 1, Ano 2013